Reportagem feita pela RBS com o clube
Clube reúne apaixonados pelo Opala
Automóvel é motivo para encontros e parceria entre os membros do Metropolitano Opala Clube
Reunir pessoas que dividem a mesma paixão: esse é o objetivo do Metropolitano Opala Clube. Lançado em 1968, o Chevrolet Opala segue conquistando motoristas que procuram por potência e conforto. Denominados “opaleiros”, os donos do automóvel se encontram para compartilhar histórias e afinidades. Muito além de exaltar o carro, a intenção é criar uma parceria entre aqueles que consideram o Opala um membro da família.
A ideia surgiu em uma conversa de bar, entre amigos que tinham o mesmo gosto pelo automóvel. Atualmente, são 50 sócios cadastrados. Para se associar, é necessário apenas preencher uma ficha e comprar o kit composto por camiseta com emblema bordado e adesivo exclusivo, que identifica os Opalas integrantes do grupo.
Adesivo oficial do clube
Leandro Rosa e Tiago Silva são dois dos cinco fundadores do clube. Tiago tem quatro modelos de Opala: um Diplomata 91 - 6 cilindros, uma Caravan Diplomata 89 – 4 cilindros, um Diplomata 88 – 4 cilindros, prata e com quatro portas, e um Comodoro 90 – 6 cilindros, seu preferido. Para ele, a paixão é questão de família, passada de pai para filho. Além disso, “quem tem Opala tem que gostar, tem que se dedicar”, garante.
Já Leandro está em seu sétimo Opala. O último, ano 88, foi comprado há dois anos e meio e passou por pequenas alterações, feitas pelas próprias mãos do novo dono. “O que diferencia o Opala é a tração traseira e o motor forte”, diz o responsável pela divulgação do Metropolitano.
Para os fundadores, Opala não é apenas um carro, mas um estilo de vida. “Quem gosta, tem obsessão. O opaleiro é o cara simples, que para e ajuda se tem um Opala com problema. É aquele que não vende nem deixa de ter um”, aponta Leandro.
Unidos pela paixãoE o que dizer quando um carro, além de meio de transporte, também cumpre papel de cupido? Pois Jocemara Aires, mais conhecida como Gringa Opaleira, pode comprovar que isso é possível. Natural de São Sepé, sua história com o Opala começa por tomar conta de um que pertencia a seu pai. Através de um site de relacionamentos da internet, entrou na comunidade do clube e conheceu outras pessoas que dividiam a mesma paixão. Entre eles, um em especial, com quem conversava virtualmente.
Leandro e Jocemara: paixão em comum pelo Opala
Em um dos encontros do Metropolitano, Jocemara pôde finalmente conhecer Leandro Camara pessoalmente. O fato de ela também gostar do carro facilitou para começar um namoro. “Geralmente, as mulheres não acompanham nos eventos, reclamam... Sendo opaleira, não sobrou nenhum defeito nela”, garante Leandro.
Após dois encontros, a Gringa foi chamada para morar em Porto Alegre e em um mês veio do interior trazendo mala e Opala. “Mudei minha vida por causa do carro”, disse.
O casal, dono do adesivo número seis do clube, ainda não tem filhos, mas trata os dois carros como tal. “Ele me manda olhar o filho, buscar o filho no banho... Enquanto as crianças não vêm, eles são nossos filhos”, comentou Jocemara.
Gosto de criaçãoJá Adriano Rolin chegou a ter seus Opalas envolvidos em discussão. Sua ex-mulher não aprovava que ele comprasse carro antigo. Hoje Rolin está solteiro e em seu nono Opala.
Há três meses, trocou a Caravan que tinha por um SS ano 79, que sai da garagem só para os encontros. Para o uso diário, mantém outros dois automóveis, um Mercedes Classe A e uma Cherokee. .
“Me criei gostando do carro, talvez seja uma paixão. Tem que avaliar vários fatores para comparar: motor, espaço, conforto. E o Opala ganha”, garante Rolin. O Opala foi o segundo carro que teve na vida, sendo que já comprou dois modelos iguais, em ocasiões diferentes.
Primeiro carroTrês amigos chegam ao jantar mensal dividindo o mesmo carro e uma história em comum: têm o Opala como seu primeiro automóvel. O motorista da noite era Léo Madalena de Oliveira, de 20 anos, e levava na carona os também opaleiros Daniel Prass, 19 anos, e André Moraes, 18 anos. Os três se conheceram pela internet, nas comunidades que tratam sobre o modelo, e hoje vão sempre juntos aos eventos do clube.
O trio também divide o fato de que o carro foi presente de seus pais. Daniel pediu e ganhou seu Opala aos 17 anos e a escolha se deve ao fato de acreditar que é um automóvel melhor, mais confiante, potente e forte. Estudante de Engenharia Mecânica na Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), está restaurando o carro.
Já Léo não se interessava tanto quando o pai tinha o carro, mas começou a gostar ao andar na Caravan do pai de um amigo. A partir daí, ganhou de presente primeiro uma Caravan 76 e depois o Standart do mesmo ano. Sua admiração é pela robustez e simplicidade do Opala, além de ser um carro forte.
O mais novo dos três, André, tem duas Caravan SS, sendo que uma foi presente e a outra comprou sozinho. Seu gosto surgiu quando começou a cuidar do carro do pai. Para ele, carros antigos são relíquias.
Mais uma opinião é compartilhada pelos amigos: não trocariam os Opalas pelos últimos lançamentos automotivos. “Nem por três carros”, garantiu Daniel. “Esses carros novos são feitos de plástico”, completa Léo.
Segundo Leandro, um dos fundadores do Metropolitano, o que realmente importa no clube é a amizade. “Quando chove, tem gente que vem com outro carro e deixa o Opala em casa. Importante é a parceria”, conclui.
O encontro mensal é realizado no primeiro domingo de cada mês na frente do shopping Iguatemi, em Porto Alegre. Neste domingo, dia 1º, 23 carros estiveram presentes. A celebração anual já tem data e será realizada dia 10 de outubro, no Largo da Epatur, também na capital gaúcha.
Quem quiser conhecer mais do clube, pode acessar o site para mais informações, ou visitar o posto Garoupa, na avenida Assis Brasil, em Porto Alegre, todas as segundas-feiras. É o encontro semanal do clube, que está aberto a receber todos os adoradores de Opala que quiserem dividir sua paixão.
Revista Pense Carros
